Em 2024, investidores estrangeiros retiraram R$ 24,2 bilhões da bolsa brasileira, o maior saldo negativo desde 2019, segundo a consultoria Elos Ayta. Essa debandada foi decisiva para a queda de 10% no Ibovespa e a impressionante alta de 27% no dólar. Apenas quatro meses do ano registraram entradas líquidas de capital estrangeiro, com agosto sendo o mais promissor, acumulando R$ 10 bilhões, enquanto abril marcou um recorde negativo com R$ 11 bilhões em saídas.
No cenário internacional, a preferência por ativos seguros, como títulos do Tesouro americano, somada aos juros elevados nos EUA e tensões globais, afastou investidores dos mercados emergentes. Contudo, no Brasil, o desinteresse foi amplificado pela desconfiança gerada por uma política econômica inconsistente. A dívida pública atingindo 77% do PIB e as medidas fiscais decepcionantes do governo contribuíram para esse êxodo de capital.
Especialistas alertam para a gravidade do cenário. “A B3 reflete a saúde econômica do país. Sem previsibilidade, transparência e competitividade, o mercado se torna pouco atraente”, afirmou a Elos Ayta. A situação expõe os desafios econômicos que o Brasil enfrenta, demandando ações firmes para retomar a confiança internacional.