Relatos de funcionários da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares (Conafer) revelam que, além de estar no centro das investigações sobre fraudes contra o INSS, a entidade também impôs práticas irregulares internamente. Um colaborador afirmou que os funcionários foram filiados compulsoriamente e passaram a ter descontos mensais nos salários, sem consentimento prévio, gerando denúncias anônimas ao Ministério Público do Trabalho.
O denunciante contou que houve cobrança por metas de filiação, com ameaças de suspensão e demissões para quem não alcançasse os números exigidos. “No início era tudo tranquilo, mas depois começou o surto por ficha de filiação”, disse. Os pagamentos eram feitos exclusivamente por um banco citado nas investigações da PF, e valores descontados em janeiro não foram restituídos.
Além disso, funcionários relataram episódios de trabalho presencial mesmo sem água nas instalações da sede, banheiros trancados e necessidade de buscar alternativas na região. As denúncias somam-se às investigações em curso, que incluem a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal, após revelações sobre possíveis irregularidades na arrecadação de mensalidades de aposentados durante a pandemia.
