Durante a apresentação do relatório de inflação do quarto trimestre, Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, refutou a alegação de que a alta do dólar seria fruto de um "ataque especulativo", como sugerido pela jornalista Daniela Lima. Ele explicou que o mercado cambial opera de forma diversificada, com posições opostas gerando ganhos e perdas, e que o termo não se aplica ao cenário atual. "Movimentos como o do dólar resultam em vencedores e perdedores. O termo ataque especulativo não descreve bem o que está acontecendo hoje", afirmou.
O aumento do dólar, que chegou a R$ 6,30, ocorre em um contexto de incertezas fiscais, intensificadas pela tramitação do pacote de cortes de gastos no Congresso. O Banco Central respondeu com medidas de intervenção, como a venda de dólares no mercado à vista e leilões de linha, mas a alta também foi impulsionada por remessas atípicas de dividendos e lucros ao exterior, segundo o atual presidente, Roberto Campos Neto.
Campos Neto reforçou que o Brasil dispõe de reservas internacionais robustas, superiores a US$ 370 bilhões, garantindo segurança em momentos de instabilidade. Além disso, destacou que o regime cambial brasileiro permanece flutuante, um pilar que assegura transparência e confiança ao mercado.