O ministro Gilmar Mendes, do STF, mais uma vez usa sua caneta para blindar investigados da Lava Jato, determinando o trancamento da ação penal contra o doleiro Chaaya Moghrabi, acusado de movimentar quase US$ 240 milhões. A justificativa? “Ausência de justa causa”, um argumento conveniente para enterrar investigações que desmascararam o maior esquema de corrupção do país.
A decisão beneficia exclusivamente Moghrabi e se baseia na tese de que delações premiadas não podem ser usadas sozinhas como prova. Um detalhe: essa mesma justificativa já foi usada para anular condenações de figurões encrencados, desmontando sistematicamente as conquistas da operação. O critério parece ser o interesse de quem está no banco dos réus.
A Lava Jato foi sabotada, e o Supremo se tornou um verdadeiro tribunal da impunidade. Gilmar Mendes segue como protagonista desse teatro vergonhoso, onde corruptos saem livres e o Brasil paga a conta.