A ministra Gleisi Hoffmann provocou um curto-circuito institucional ao sugerir, em entrevista, que o Congresso debata a redução das penas dos condenados pelos atos de 8 de janeiro. A fala, classificada nos bastidores do STF como “absurda” e “suicídio político”, irritou pelo menos três ministros, que cobraram explicações ao Planalto e alertaram para o risco de desgaste entre os Poderes.
Tentando apagar o incêndio, aliados de Lula garantiram que não há apoio do presidente à proposta. A repercussão negativa foi tão intensa que Gleisi voltou atrás nesta sexta (11). Em tom mais ameno, declarou: “Revisar penas é atribuição do Judiciário. O Congresso pode conversar, mas não revisar”.
A crise expôs a falta de sintonia entre Executivo e Judiciário e a tentativa do governo de testar o terreno para agradar sua base ideológica. No fim, o recuo soou mais como recado: mexer nesse vespeiro pode custar caro.