O governador Mauro Mendes (União Brasil) expressou sua oposição ao uso de câmeras nas fardas da Polícia Militar, afirmando que Mato Grosso só adotará essa medida se os membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV) também forem obrigados a usar o equipamento. Ele alega que as câmeras dificultam o trabalho dos policiais e colocam as equipes em risco.
"Então vamos combinar o seguinte: todo mundo do PCC e do Comando Vermelho vai ter que colocar uma [câmera] também. Se fizerem uma lei e garantirem isso, ok. Agora, colocar no policial e dificultar o seu trabalho no dia a dia não vale a pena", declarou o governador à imprensa.
A polêmica sobre o uso de câmeras não é recente. Em 2022, o deputado estadual Wilson Santos propôs uma lei que visava tornar obrigatória a instalação de câmeras de vigilância em veículos, aeronaves, uniformes e capacetes dos integrantes dos órgãos de Segurança Pública do Estado. No entanto, a matéria não foi aprovada devido a um vício de iniciativa, uma vez que a proposta deveria partir do Executivo estadual.
No ano passado, o parlamentar retomou a defesa do tema, pedindo mais sensibilidade do governador em relação a essa questão. No entanto, Mauro Mendes sempre reiterou sua oposição à proposta.
"Eu acho que é um equívoco [colocar câmeras]. A violência no país não está relacionada a ter ou não ter câmera na farda do policial. Estamos criando um factoide desviando a atenção dos graves problemas que enfrentamos na segurança pública do país. Se colocarmos a câmera na farda, as facções criminosas vão parar de crescer no país? A criminalidade vai se amedrontar por causa de uma câmera? Eles se sentirão mais à vontade para desafiar a atuação da PM, criando mais obstáculos, e não resolverá a situação da PM. Se resolvesse, eu estaria aplaudindo", explicou o governador.