A recente apresentação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2025 pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, marcou uma reviravolta preocupante nas expectativas fiscais do Brasil. A proposta, que prevê um déficit zero ao invés do superávit de 0,5% do PIB anteriormente prometido, gerou insegurança no mercado financeiro e contribuiu para uma disparada no valor do dólar, que atingiu R$ 5,21 durante o dia, configurando a pior performance entre moedas de países emergentes.
Essa instabilidade não se restringiu apenas ao câmbio, mas também afetou os juros futuros, que encerraram o dia em alta em todos os vencimentos, com os prazos mais longos mostrando as maiores elevações. A mudança na percepção de risco fiscal elevou as taxas da Selic projetadas na curva de juros para acima de 10,10% ao ano, indicando um ceticismo do mercado quanto à capacidade do Banco Central de implementar novos cortes na taxa básica.
No mercado de ações, o Ibovespa fechou em queda de 0,49%, impactado negativamente pelas perdas em grandes empresas como Itaú, B3 S.A., e Localiza. No entanto, houve ganhos notáveis para a BRF, Petrobras e Vale, que se destacaram positivamente no pregão.
Essa mudança de curso na política fiscal do governo de Haddad demonstra uma preocupante flexibilização no compromisso com a responsabilidade fiscal, acendendo alertas sobre a saúde econômica do país no longo prazo.