O governo Lula liberou R$ 8,3 bilhões em emendas individuais este ano, visando aplacar as demandas do Centrão e fortalecer a agenda econômica de Fernando Haddad. No entanto, essa estratégia ainda não conseguiu acalmar completamente o bloco, que segue pressionando por mais recursos.
Essa liberação maciça de verbas em abril mostra uma tentativa desesperada de garantir apoio político, com 95,2% do valor destinado à saúde. Apesar disso, a ministra Nísia Trindade enfrenta críticas por supostamente represar as emendas.
A disputa interna no governo se intensifica com a atuação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que vem desafiando o governo com pautas contrárias aos interesses petistas. Lira, alinhado a uma postura mais independente, agora também prioriza a reforma tributária, após receber elogios e atenção direta de Lula e Haddad.
O governo, preocupado com a proximidade das eleições municipais, tenta manobrar o Congresso para liberar um adicional de R$ 15,7 bilhões, visando recompor emendas e evitar uma derrota política. Essa situação evidencia uma relação cada vez mais tensa e mercantilista entre o executivo e o legislativo, refletindo os desafios de governabilidade em um cenário de polarização e expectativas eleitorais.