O governo Lula já considera certa a derrubada do decreto que aumentava o IOF, após movimentação articulada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A medida, que visava elevar a arrecadação diante de um rombo fiscal estimado em R$ 52 bilhões, foi atropelada por ampla rejeição parlamentar. A base governista tentou barrar a votação com reuniões emergenciais no Planalto, mas não teve êxito.
Com a iminente derrota, o discurso oficial mudou. O líder do governo na Câmara, Lindbergh Farias, passou a tratar o tema como um "debate político", acusando adversários de tentar inviabilizar o governo. A reação veio após Motta designar o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) como relator do projeto que anula o decreto, gesto classificado pelo PT como “provocação”.
A reversão do aumento do IOF pode causar um novo contingenciamento de R$ 12 bilhões, atingindo áreas como saúde, educação e o Novo PAC. A fragilidade da articulação no Congresso escancara a perda de controle do governo sobre sua própria pauta econômica, em um momento em que a desaprovação já atinge 56%, segundo o PoderData.