O recente anúncio do Ministério da Fazenda sobre a possível taxação das grandes empresas de tecnologia, como Apple, Google e Microsoft, é mais uma tentativa do governo de buscar recursos em setores produtivos para cobrir seus déficits fiscais. A proposta, que visa a implementação de uma tributação global mínima de 15%, conforme o Pilar 2 da OCDE, revela uma tendência perigosa de buscar soluções fáceis e imediatistas em vez de promover uma verdadeira reforma fiscal que incentive o crescimento econômico.
Ao mirar nas "big techs", o governo ignora o impacto negativo que uma tributação excessiva pode ter na inovação e no desenvolvimento tecnológico, pilares fundamentais para o progresso e a competitividade do Brasil no cenário internacional. Em vez de cortar gastos e promover uma gestão eficiente, opta-se por onerar empresas que são responsáveis por gerar empregos, fomentar a educação e promover a inclusão digital no país. A decisão, ainda que justificada pela necessidade de equilibrar as contas públicas, reforça uma postura intervencionista que pode afastar investimentos e comprometer o futuro econômico do Brasil.
Essa estratégia não só expõe a falta de criatividade na condução da política econômica como também revela uma visão retrógrada que prioriza a manutenção de um Estado inchado em detrimento da iniciativa privada. É preciso questionar se essa abordagem, baseada em aumentar a carga tributária, realmente trará os resultados esperados ou se apenas servirá para engordar ainda mais a máquina pública, sem oferecer contrapartidas reais para a sociedade. A verdadeira justiça tributária não se alcança com medidas punitivas, mas com uma administração responsável e comprometida com a eficiência e o progresso.