O governo enfrenta uma turbulenta crise de comunicação, revelando sua incapacidade de competir no ambiente digital. A fragmentação interna da Secretaria de Comunicação Social (Secom) e a resistência do presidente em adotar plataformas digitais aprofundam o problema. A recente suspensão de uma licitação bilionária pelo TCU, devido a irregularidades, escancarou as limitações estruturais da Secom e gerou frustração no Planalto, que luta para conter o avanço de seus adversários no universo digital.
A possível substituição do ministro Paulo Pimenta, que poderia deixar o cargo para disputar o Senado, sinaliza mudanças iminentes. Sidônio Palmeira, nome cotado para assumir a pasta, exige maior autonomia, denunciando as restrições impostas pela estrutura atual. Enquanto isso, a desorganização entre os setores de audiovisual, estratégia digital e imprensa da Secom trava a construção de uma estratégia unificada, agravando o cenário.
O maior desafio, contudo, reside na postura do próprio presidente. Lula, alheio às redes sociais, mantém práticas comunicacionais antiquadas, resistindo ao dinamismo exigido pela era digital. A falta de uma abordagem estratégica e integrada enfraquece ainda mais o governo, que se mostra incapaz de dialogar diretamente com a população e responder à altura das demandas do mundo moderno.