Em agosto, durante o retorno de uma viagem oficial ao Chile, o governo Lula optou por colocar sob sigilo a lista de passageiros de um voo presidencial que fez uma inesperada parada de apenas dez minutos em São Paulo. A decisão de não revelar quem estava a bordo, amparada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), gerou suspeitas e críticas. A justificativa do governo, baseada no decreto que protege a segurança de autoridades, falha em explicar a urgência da parada relâmpago e a recusa em fornecer mais detalhes.
Há especulações de que a primeira-dama, Janja da Silva, teria embarcado nesse intervalo breve, o que levanta a questão: por que ocultar uma informação que, em tese, deveria ser pública? A Lei de Acesso à Informação foi criada para garantir a transparência, mas a classificação de "grau reservado" impede a população de saber o que realmente ocorreu. Além disso, a parada contraria os padrões habituais de voos presidenciais, que costumam fazer paradas operacionais de maior duração.
Essa tentativa de blindagem, típica de governos que temem a verdade, coloca em xeque a credibilidade do Palácio do Planalto. A falta de clareza em torno de um evento aparentemente simples revela uma cultura de opacidade que deveria ter ficado no passado. O povo brasileiro, que merece transparência, continua aguardando explicações satisfatórias sobre o episódio.