Em mais um movimento controverso, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comunicou ao Palácio do Planalto a necessidade de um novo contingenciamento de verbas no Orçamento de 2024, visando eliminar o déficit público. A decisão, a ser anunciada em 22 de julho, prevê um bloqueio mínimo de R$ 10 bilhões. Tal medida, segundo a equipe econômica, é essencial para demonstrar o compromisso do governo com a estabilidade financeira. No entanto, o impacto social dessas ações levanta sérias dúvidas sobre as prioridades do atual governo.
Inicialmente, o corte esperado era de R$ 21 bilhões, mas Lula antecipou medidas de redução de gastos, como a revisão da Previdência Social e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), visando reduzir o impacto no orçamento. Mesmo assim, o contingenciamento foi ajustado para cerca de R$ 5 bilhões. Diversas irregularidades na concessão de benefícios foram identificadas, incluindo múltiplos membros de uma mesma família cadastrados no BPC e cerca de 1 milhão de beneficiários que não atualizam seus cadastros há mais de quatro anos. Essa abordagem rigorosa, embora necessária, pode ser vista como um reflexo de uma gestão que coloca em risco os mais vulneráveis, ao invés de cortar privilégios e gastos desnecessários.