Governo Lula segura concessões do INSS para cortar gastos e aumenta fila de espera

Com foco em revisões de benefícios, estratégia fiscal ampliou represamento de pedidos e gerou reação interna no órgão

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Governo Lula segura concessões do INSS para cortar gastos e aumenta fila de espera
 Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Documentos obtidos pela imprensa revelam que, em 2024, o governo Lula priorizou revisões de benefícios do INSS em vez da concessão de novos auxílios. A ordem, vinda da Casa Civil e da Fazenda, redirecionou o programa de combate à fila, utilizando bônus para acelerar reavaliações. O resultado foi o crescimento da fila, que saltou de 2 milhões para 2,6 milhões de pedidos, entre aposentadorias, pensões e auxílios assistenciais.

A decisão visava conter o avanço dos gastos com Previdência e atender ao arcabouço fiscal, mas provocou resistência interna e desgaste político. A própria presidência do INSS assinou ofícios que justificavam a reorientação com base em restrições orçamentárias. Apesar disso, a economia obtida foi modesta: cerca de R$ 2,4 bilhões, valor aquém do necessário para equilibrar o orçamento.

Com a pressão crescente, o governo retomou o foco original do programa apenas em abril de 2025. Em nota, o Ministério da Previdência negou represamento intencional, mas os dados revelam uma realidade incômoda: milhares de brasileiros seguiram à espera de um direito, enquanto o Palácio do Planalto tentou remendar contas com cortes silenciosos.