Nos últimos dez anos, o Brasil sofreu um desperdício histórico no Sistema Único de Saúde (SUS), totalizando R$ 2,7 bilhões em medicamentos e vacinas descartados. O prejuízo foi especialmente grave entre 2023 e 2024, período em que R$ 1,9 bilhão foi incinerado. Apenas em 2023, sob nova gestão, as perdas chegaram a R$ 1,3 bilhão, superando em três vezes o registrado na administração anterior. A justificativa oficial atribuiu o desperdício à pandemia e ao manejo de estoques deixados pela gestão passada, mas números recordes levantam dúvidas sobre eficiência administrativa.
Em novembro de 2023, 10,9 milhões de vacinas foram descartadas pelo governo, enquanto 27,1 milhões de doses vencidas permaneciam estocadas, causando prejuízo estimado em R$ 2 bilhões. O cenário revelou falhas graves no planejamento e na logística, agravadas pela hesitação da população em aderir à vacinação contra a covid-19. Embora algumas medidas tenham sido tomadas, como entregas parceladas e doações de vacinas, o impacto do desperdício é alarmante, evidenciando negligência no uso de recursos públicos.
A questão vai além dos números: o valor desperdiçado poderia financiar benefícios sociais, como o BPC, para mais de 126 mil brasileiros. É essencial que a gestão pública assuma responsabilidade pelos erros e implemente soluções eficazes para evitar que um sistema vital como o SUS continue sendo prejudicado por descaso e ineficiência.
