Após o vexame de Lula na Indonésia, quando classificou traficantes como “vítimas dos usuários”, o governo entrou em modo de contenção de danos. A Secom divulgou nota em tom desesperado, repetindo a palavra “histórico” para inflar números e construir uma narrativa de combate ao crime. Segundo o texto, a PF teria apreendido R$ 7 bilhões em bens do tráfico em 2024 e a PRF, 850 toneladas de drogas — números apresentados como façanha inédita.
A estratégia, porém, soa artificial. O governo cita até operação contra combustíveis adulterados como “prova de rigor”, esquecendo que a ação foi liderada pelo Governo de São Paulo. A tentativa de autopromoção desmorona diante da fala do próprio presidente, que, em plena Ásia, defendeu criminosos que em países como o anfitrião seriam executados por tráfico de drogas.
Para piorar, o ministro Lewandowski recusou classificar facções como terroristas, esvaziando a PEC da Segurança Pública e expondo a contradição entre discurso e prática. “Não tolera tráfico” virou apenas mais uma frase de propaganda em um governo refém da própria retórica.