A Trafigura, multinacional suíça do setor de commodities, assumiu responsabilidade por atos de corrupção perante um tribunal federal em Miami, alinhando-se às descobertas da operação Lava Jato sobre prejuízos à Petrobras. Com um acordo firmado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), na quinta-feira, a empresa concordou em liquidar uma multa criminal de 80,4 milhões de dólares e o confisco de 46,5 milhões de dólares, valores estes que totalizam os 127 milhões de dólares previamente provisionados para solucionar as acusações.
Este reconhecimento de suborno por mais de uma década no Brasil, segundo Nicole M. Argentieri, vice-procuradora-geral adjunta do DOJ, ressalta a postura intransigente das autoridades norte-americanas contra atos que comprometem a integridade do Estado de Direito. “A confissão de hoje reafirma que empresas envolvidas em suborno enfrentarão consequências rigorosas,” enfatizou.
Markenzy Lapointe, procurador dos EUA para o Distrito Sul da Flórida, ecoou o compromisso dos EUA em erradicar a corrupção, reforçando o cerco a práticas desonestas. A prisão de Mariano Marcondes Ferraz em 2016, sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, ilustra o alcance da Justiça em casos de suborno vinculados a contratos na Petrobras, destacando o papel crítico do então juiz Sergio Moro no desmantelamento dessas operações ilícitas.