A reforma tributária desencadeou uma intensa batalha entre as indústrias de destilados e cervejas sobre o novo Imposto Seletivo, que incidirá sobre bebidas alcoólicas. De um lado, os produtores de destilados defendem uma alíquota única, argumentando que a diferenciação prejudica o setor. Do outro, cervejarias querem uma taxação progressiva, em que bebidas com maior teor alcoólico, como cachaça e uísque, paguem mais.
A aprovação pela Câmara de um modelo progressivo gerou reações. A indústria de destilados alega que essa fórmula favorece a cerveja, que domina o mercado brasileiro. "A cachaça, um produto genuinamente nacional, já sofre com a falta de isonomia tributária", afirmou Carlos Lima, do Instituto Brasileiro da Cachaça. Enquanto isso, cervejarias defendem que a taxação maior sobre bebidas mais fortes é uma questão de saúde pública.
O Senado agora discute a regulamentação, e há expectativas de mudanças. Pequenos produtores de bebidas artesanais também pedem alíquotas diferenciadas, apontando para o impacto que a reforma pode ter em um mercado diversificado, mas ainda dependente de políticas justas e equilibradas.