A campanha mais recente da Havaianas, estrelada por Fernanda Torres, continua repercutindo negativamente nas redes sociais. Uma análise assinada por Karina Michelin aponta que a marca abandonou sua comunicação tradicional, baseada em leveza e identificação popular, para adotar o que define como uma “pedagogia ideológica”, ao ironizar a expressão amplamente difundida “começar o ano com o pé direito”.
Segundo a análise, a força histórica da Havaianas sempre esteve em seu caráter transversal e afetivo, capaz de dialogar com diferentes públicos. “A Havaianas sempre foi democrática. Cabia no pé de todo mundo — do trabalhador ao executivo”, destaca o texto, que questiona a decisão estratégica de ridicularizar um elemento cultural enraizado no cotidiano brasileiro. “Quem foi o gênio do marketing que achou que isso ajudaria a marca?”, indaga.
O texto também ressalta o cansaço crescente do consumidor diante de marcas que utilizam campanhas publicitárias e datas simbólicas para transmitir mensagens ideológicas. Como reflexo, a campanha enfrentou críticas diretas, bloqueio de comentários nas redes sociais e movimentos espontâneos de boicote. A conclusão é clara: quando a publicidade deixa de comunicar para ensinar ou confrontar, o público simplesmente se afasta.
