O novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não hesitou em contrariar a narrativa oficial ao afirmar que não houve tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Sua declaração foi suficiente para enfurecer o grupo Prerrogativas, coletivo de advogados ligados ao governo. O coordenador Marco Aurélio Carvalho atacou o parlamentar, sugerindo que ele buscasse "um bom advogado" antes de dar qualquer declaração, numa tentativa de intimidá-lo e forçá-lo a se adequar ao discurso dominante.
A reação evidencia o desespero daqueles que insistem em impor sua versão dos fatos. Carvalho classificou a declaração como um "aceno para extremistas", ignorando que Motta foi eleito com ampla votação, contando inclusive com apoio de governistas. A tática é previsível: desqualificar qualquer um que ouse questionar a versão oficial e blindar um inquérito politizado que ignora princípios básicos do direito.
Com apenas 35 anos, Hugo Motta assume a presidência da Câmara mostrando independência e coragem. Sua declaração não apenas expôs a fragilidade do discurso propagado por setores alinhados ao governo, mas também escancarou o incômodo daqueles que não toleram o contraditório. O ataque do Prerrogativas é mais um sintoma do autoritarismo disfarçado de defesa da "democracia", onde qualquer opinião divergente é tratada como crime de pensamento.