A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, identificou um déficit de aproximadamente R$ 70 bilhões no Orçamento de 2026. Segundo o relatório, o problema está nas premissas macroeconômicas adotadas pelo governo, consideradas excessivamente otimistas e distantes das projeções do mercado.
Para estimar a arrecadação, o governo trabalhou com crescimento do PIB de 2,4% em 2026, enquanto analistas projetam algo em torno de 1,7%. O mesmo ocorre com a inflação: o Orçamento considera 3,6%, mas as estimativas predominantes apontam para cerca de 4,2%. PIB maior e inflação menor elevam receitas e reduzem despesas apenas no papel, criando uma folga artificial nas contas públicas.
A IFI alerta que, mantidas essas premissas, o cumprimento das metas fiscais dependerá de novas medidas de aumento de arrecadação. Entre as alternativas citadas estão o corte de incentivos fiscais e a ampliação da carga tributária sobre setores como fintechs e plataformas de apostas. Apesar disso, o Ministério da Fazenda sustenta que a política econômica está no rumo certo. O relatório, porém, indica que o desequilíbrio pode ser empurrado para o período pós-2026, transferindo o custo do ajuste para trabalhadores, empresários e empreendedores.