A inflação americana desacelerou para 2,4% nos últimos 12 meses, porém, o desafio da dívida pública nos EUA persiste, com o Congressional Budget Office (CBO) projetando um déficit de US$ 1,8 trilhão este ano. Com Trump e Kamala Harris como candidatos, o cenário de endividamento pode se agravar, impactando os juros dos títulos do Tesouro e prejudicando moedas emergentes como o real. “Entramos em uma bola de neve,” afirma José Alfaix, economista da Rio Bravo, que destaca o ciclo vicioso entre dívida, câmbio e inflação.
A possível eleição de Trump adiciona incertezas, pois suas políticas protecionistas e o plano de governo deficitário intensificariam a desvalorização de moedas emergentes, elevando os preços de produtos cotados em dólar. Alfaix alerta que essa dinâmica pode desestabilizar ainda mais a balança comercial e pressionar a inflação brasileira, especialmente em commodities e importados.
Para o Brasil, a pressão cambial implica aumento nos preços e nas importações, deteriorando ainda mais o cenário inflacionário. Com a fuga de capitais e a queda na confiança de investidores, os impactos da política americana ecoam nos riscos de ativos brasileiros, intensificando os desafios econômicos e sociais internos.