A escalada do dólar, que acumula alta de quase 28% neste ano e já ultrapassou os R$ 6,19, está pressionando os custos da indústria nacional de trigo. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), essa valorização cambial impacta diretamente os preços de importação, tornando inevitável o aumento do custo da farinha no mercado interno. Rubens Barbosa, presidente-executivo da entidade, destacou que o câmbio "segue influenciando o mercado" e deve intensificar o cenário no próximo ano.
Além do dólar elevado, a safra brasileira sofreu com severos problemas climáticos. Chuvas no Rio Grande do Sul prejudicaram a qualidade do trigo, enquanto o Paraná registrou perdas significativas. Com esses desafios, a Abitrigo projeta maior dependência das importações para 2024, o que agrava o cenário de custos para consumidores e panificadoras.
Embora a Abitrigo não tenha estimado o percentual de reajuste nos preços, a expectativa é de alta nos produtos à base de trigo. Esse contexto evidencia a falta de políticas eficazes para mitigar a dependência de importações e garantir uma produção mais sustentável, algo crucial para preservar o poder de compra das famílias brasileiras.