Em novembro, a inflação anualizada do Brasil subiu para 4,87%, acima do limite da meta estabelecida pelo Banco Central. Com a inflação do Brasil visivelmente fora de controle, as promessas de estabilidade econômica continuam a se distanciar. A desaceleração em relação a outubro, quando a inflação foi de 0,56%, não impede que o cenário continue grave. A alimentação e bebidas, principais vilãs do aumento de preços, subiram 1,55%, impactando diretamente o bolso do consumidor.
O grupo de transportes também teve alta, impulsionado principalmente pelas passagens aéreas, que registraram 22,65% de aumento. As quedas nos combustíveis, como etanol (-0,19%) e gasolina (-0,16%), não foram suficientes para mudar o cenário de inflação persistente. A inflação elevada de serviços, que subiu 6,5% nos últimos três meses, só reforça a previsão de que o Brasil não alcançará sua meta de 3% em 2024.
Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central, alertou sobre a realidade inflacionária: “Antes de alguém se animar com o IPCA de hoje, a média de 3 meses dos preços de serviços anualizado está subindo 6,5%”. A promessa de contenção da inflação parece mais uma retórica vazia diante de dados econômicos tão preocupantes.