Na última sexta-feira, Israel trouxe a público informações detalhadas a respeito de 12 colaboradores da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA), acusando-os de participação direta em atos terroristas e sequestros ocorridos em 7 de outubro. As revelações incluem nomes, fotografias e as supostas funções desses indivíduos dentro do Hamas, juntamente com capturas de tela que, segundo Israel, mostram dois empregados da UNRWA – especificamente um assistente social e um educador de matemática – operando em território israelense na data mencionada. Embora o Ministério da Defesa israelense tenha divulgado as identidades de outros dez supostos membros do Hamas e suas participações no ataque, as provas que embasam tais alegações não foram compartilhadas publicamente.
A veracidade das informações e a identidade dos homens implicados, bem como seu envolvimento com o Hamas, não foram confirmadas de maneira independente pela CNN.
Um representante da UNRWA afirmou que a investigação mais rigorosa possível está sendo conduzida pelas Nações Unidas, optando por não comentar os detalhes adicionais divulgados por Israel na sexta-feira, a fim de não comprometer a integridade da investigação em andamento.
Contexto da Crise
Israel apresentou um dossiê a representantes das Nações Unidas, aos Estados Unidos e a outros países aliados no mês passado, detalhando as acusações contra estes 12 funcionários da UNRWA – parte do contingente de 13.000 funcionários em Gaza. As acusações levaram mais de uma dúzia de nações a suspenderem seu financiamento à agência, crucial para a sustentação e o abrigo de centenas de milhares de palestinos na região.
Em resposta às acusações, a UNRWA agiu prontamente ao demitir 10 dos 12 colaboradores apontados por Israel por seu envolvimento nos ataques de 7 de outubro, dando início a um processo investigativo com o objetivo de preservar o apoio financeiro internacional. As Nações Unidas informaram que dois entre os 12 acusados faleceram.
Estas acusações colocam a UNRWA sob um escrutínio intenso, desafiando sua missão humanitária e lançando dúvidas sobre a integridade de suas operações em uma região marcada por conflitos contínuos. A situação evidencia a complexidade das operações de ajuda humanitária em contextos de violência e a importância de medidas rigorosas de accountability para organizações internacionais.