A B3, principal bolsa de valores do Brasil, experimentou uma retirada significativa de investimentos estrangeiros no último dia de janeiro, totalizando R$ 1,03 bilhão. Este movimento foi uma resposta direta às declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, que indicou a improbabilidade de cortes nas taxas de juros em março. A postura cautelosa de Powell, ao contrariar as expectativas de mercado, instigou um aumento na cautela por parte dos investidores internacionais.
O mês de janeiro se encerrou marcando uma saída líquida de R$ 7,90 bilhões de capitais estrangeiros da B3, configurando o desempenho mais desfavorável desde agosto do ano anterior, quando o montante retirado atingiu R$ 13,21 bilhões. A mudança nas projeções para a política monetária norte-americana e uma correção de mercado após valorizações expressivas nos últimos meses de 2023 são apontadas como razões para tal fluxo, conforme apurado pelo Valor Econômico.
Em contrapartida, os investidores institucionais brasileiros injetaram R$ 1,02 bilhão na bolsa no mesmo período, atuando como um contrapeso à fuga de capitais estrangeiros, apesar de finalizarem o mês com um saldo negativo de R$ 563,6 milhões. Por outro lado, investidores individuais recuaram R$ 261,9 milhões em 31 de janeiro, ainda que tenham concluído o mês com um saldo acumulado positivo de R$ 4,04 bilhões, destacando um comportamento divergente entre os diferentes perfis de investidores no mercado brasileiro, de acordo com dados divulgados pela própria B3.
Este cenário reflete a sensibilidade do mercado financeiro brasileiro às políticas monetárias adotadas pelo Federal Reserve, reiterando a influência de fatores externos sobre o fluxo de investimentos e a dinâmica econômica nacional.
