O deputado federal André Janones (Avante-MG) fez um acordo com a PGR para devolver R$ 131,5 mil aos cofres públicos, após ser investigado por rachadinha. Para garantir sua impunidade, ainda pagará uma multa de R$ 26,3 mil, totalizando R$ 157,8 mil. Mesmo acusado de peculato, corrupção passiva e associação criminosa, o parlamentar garantiu um acordo que o livra de qualquer processo criminal. O famoso "Acordo de Não Persecução Penal" mais uma vez serve como salvo-conduto para políticos flagrados no jogo sujo do poder.
A investigação revelou que Janones obrigava assessores a devolver parte dos salários, prática confirmada por um áudio de 2019 em que ele admite usar o dinheiro para cobrir dívidas de campanha. A Polícia Federal o classificou como "eixo central" do esquema, apontando um enriquecimento incompatível. Mas nada disso foi suficiente para levá-lo ao banco dos réus. No Brasil, basta um pix e algumas parcelas para transformar crimes em meros "desajustes financeiros".
Enquanto o cidadão comum responde por qualquer deslize, Janones assina um cheque e sai pela porta da frente, sem prestar contas à Justiça. Fica claro que, para certos políticos, crime não só compensa como pode ser negociado a prestações. O escândalo reforça que, no país da impunidade, quem tem influência nunca precisa temer as consequências.