Às vésperas da última reunião do Copom presidida por Roberto Campos Neto, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, retomou sua ofensiva contra o Banco Central. Enquanto analistas financeiros preveem um aumento na Selic para 2024, Hoffmann chamou as projeções de "terrorismo", acusando o órgão de servir aos interesses do mercado em detrimento da economia nacional. Segundo ela, “juros maiores, neste momento, só vão pressionar a dívida pública e comprometer a atividade econômica”.
O embate reflete a contínua tentativa do partido em moldar a política monetária às suas diretrizes. Apesar do crescimento do PIB e da arrecadação, a estratégia de Campos Neto segue alinhada ao controle inflacionário e à estabilidade fiscal, contrariando as críticas petistas. Com isso, a taxa Selic, que subiu para 11,25% ao ano em novembro, pode alcançar 13,5% em 2025, segundo projeções.
A reação do mercado é igualmente contundente. A alta histórica do dólar e as incertezas sobre o pacote fiscal de Fernando Haddad no Congresso intensificam a pressão econômica. A postura de Hoffmann, entretanto, revela mais do que divergências técnicas: é um embate político travado em meio ao delicado cenário econômico do país.