Em um movimento controverso, a Justiça do Rio Grande do Sul agiu rapidamente para restringir a liberdade de expressão do influenciador Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di. A juíza Fernanda Ajnhorn, do Tribunal de Justiça, emitiu uma liminar a pedido do Ministério Público, exigindo que a Meta, controladora das plataformas Facebook e Instagram, remova publicações em que Nego Di critica a atuação do governo estadual nas operações de resgate em Canoas, área severamente impactada por recentes inundações.
As publicações de Nego Di acusavam as autoridades locais, incluindo a Brigada Militar, de impedir o uso de barcos e jet skis privados em ações de resgate, alegando que os condutores não estavam habilitados. A magistrada fixou uma multa de R$ 100 mil por qualquer nova publicação que viole a ordem judicial.
Enquanto Nego Di utiliza suas redes para denunciar a ineficiência das autoridades e mobilizar apoio, enfrenta agora acusações de disseminação de informações falsas. Josiane Camejo, subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, declarou que o MP está colaborando com empresas de tecnologia para monitorar e controlar a circulação dessas alegações.
Por outro lado, o advogado Hernani Fortini defende que seu cliente estava simplesmente cobrando mais eficácia das autoridades. “As situações relatadas nos vídeos foram corrigidas após as denúncias, evidenciando uma melhoria na atuação dos servidores”, afirmou Fortini. Este caso ressalta o conflito entre a liberdade de expressão e as medidas do estado para gerenciar a crise, destacando a crucialidade da transparência e da responsabilidade governamental em tempos de calamidade.