A Justiça Eleitoral surpreendeu ao aprovar a candidatura de Edmir Chedid (União Brasil) para a prefeitura de Bragança Paulista, contrariando a recomendação do Ministério Público Federal (MPF), que alegava inconstitucionalidade na sucessão familiar. O argumento do MPF era claro: impedir que o domínio de um grupo familiar se perpetuasse no poder, uma prática que vai contra os princípios democráticos. Entretanto, a Justiça não viu violação, justificando que a morte do pai de Edmir interrompeu a sequência familiar no poder.
O parecer do MPF apontava que, mesmo sem ser prefeito, Edmir estaria envolvido na administração municipal, agindo como figura influente ao lado do vice-prefeito Amauri Sodré. No entanto, a Justiça entendeu que a simples presença de Edmir nos bastidores não era suficiente para configurá-lo como sucessor direto do pai. Assim, abriu caminho para sua candidatura, desconsiderando as preocupações sobre nepotismo.
Esse episódio ilustra o eterno dilema entre tradição familiar e alternância no poder, expondo as falhas na tentativa de impedir que grupos políticos se perpetuem. O conservadorismo defende a importância da meritocracia e da alternância democrática, princípios que, lamentavelmente, são cada vez mais ameaçados por arranjos familiares e jogos políticos que distorcem a verdadeira essência do poder popular.