Lavagem de dinheiro: O vínculo PCC e transporte público em SP

Revelações chocantes sobre financiamento ilícito em São Paulo

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Lavagem de dinheiro: O vínculo PCC e transporte público em SP
Reprodução

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) revelaram uma operação de lavagem de dinheiro de proporções alarmantes, envolvendo a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e a empresa de ônibus Transwolff. Investigadores descobriram que R$ 54 milhões oriundos de atividades ilícitas, como o tráfico de drogas, foram injetados na empresa, posicionando-a de forma competitiva na licitação do transporte público durante a gestão de Fernando Haddad (PT) em 2015.

A estratégia de ocultação do capital ilícito se deu através da criação da MJS Participações Ltda., que rapidamente se tornou sócia majoritária da Transwolff. Este movimento elevou seu capital social de R$ 1 milhão para R$ 55 milhões, cumprindo os requisitos de capital mínimo exigidos no edital de licitação e facilitando a aquisição de novos veículos para a frota.

O esquema contou com depósitos fracionados e "empréstimos" de pessoas ligadas à empresa, totalizando R$ 26,6 milhões, utilizados na compra de 50 ônibus novos. A MJS, sem realizar atividades operacionais significativas, foi posteriormente incorporada pela Transwolff, em um claro indício de manobra para a lavagem de dinheiro.

Além disso, foi identificado um restaurante contratado pela Transwolff que emitia notas fiscais frias, contribuindo para o esquema de lavagem. Estas descobertas não apenas destacam a ousadia das operações do PCC no tecido empresarial paulistano, mas também lançam uma sombra sobre os processos de licitação e gestão do transporte público na maior cidade do Brasil.