O início de 2025 trouxe um recorde na captação de recursos via Lei Rouanet, com R$ 134,7 milhões arrecadados apenas nos dois primeiros meses do ano. O crescimento de 165% em relação ao mesmo período de 2024 evidencia o apetite pelo dinheiro público no setor cultural, onde artistas e produtores são financiados sem risco, enquanto o contribuinte arca com a conta. O montante já supera em 38% o recorde anterior para o período, consolidando a tendência de ampliação desse mecanismo de renúncia fiscal.
A justificativa oficial para a Lei Rouanet é o fomento à cultura, mas o modelo levanta questionamentos sobre privilégios e a real necessidade de subsídio estatal para artistas que poderiam se sustentar pelo próprio mercado. Em um país com graves problemas estruturais, o direcionamento de recursos para projetos questionáveis gera indignação, especialmente quando muitos setores essenciais carecem de investimentos urgentes.
Com um crescimento acelerado e expectativa de bater novos recordes em 2025, a Lei Rouanet se mantém como uma ferramenta poderosa para a elite cultural. Enquanto isso, milhões de brasileiros seguem sem acesso a serviços básicos, mas são obrigados a financiar um sistema que deveria, no mínimo, ser mais transparente e criterioso na destinação dos recursos.