"Presa sem jaula, presa sem grade." A descrição de André Marsiglia sobre a decisão do STF reflete a realidade enfrentada por Débora Santos. Embora fora da cela, ela segue impossibilitada de utilizar redes sociais, conceder entrevistas ou receber visitas. Sua casa tornou-se uma prisão invisível, uma punição que extrapola os limites constitucionais. "A liberdade dela continua sendo vista pelo ministro Moraes como um perigo para a sociedade", afirma Marsiglia, ressaltando o caráter seletivo da decisão.
A medida repete as mesmas restrições impostas a Daniel Silveira e Felipe Martins, evidenciando um padrão de controle. "São medidas absolutamente censórias, autoritárias e inconstitucionais", critica Marsiglia. O rigor seletivo do tribunal contrasta com decisões que beneficiaram presos políticos de viés oposto, lançando dúvidas sobre a imparcialidade do STF. Sob monitoramento eletrônico, Débora enfrenta uma punição que ignora a presunção de inocência.
O tribunal, que deveria zelar pela justiça, se firma cada vez mais como um agente de repressão política. "No caso do Lula, ele pode dar entrevistas mesmo estando preso. Já Débora, mesmo em casa, está impedida de falar", pontua Marsiglia. O endurecimento seletivo do STF reforça a tese de que a Corte não age de forma isonômica, desafiando os pilares do equilíbrio institucional e da liberdade de expressão.