Com 129 assinaturas até o momento, o pedido de impeachment do presidente Lula apresentado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) bate recorde de adesão parlamentar e supera o processo contra Dilma Rousseff em 2016. O estopim da mobilização foi a comparação feita por Lula entre a ofensiva israelense em Gaza e o Holocausto, considerada por muitos como crime de responsabilidade e ataque à nação amiga de Israel.
Os parlamentares argumentam que a fala de Lula configura crime de responsabilidade, citando o Artigo 5º da Constituição Federal que pune atos de hostilidade contra nações estrangeiras. A comparação com o Holocausto, um dos episódios mais sombrios da história humana, causou indignação e repúdio em diversos setores da sociedade, inclusive entre os próprios aliados do presidente.
Em agenda na Etiópia, Lula classificou a atuação de Israel na Faixa de Gaza como genocida e comparou a situação ao Holocausto judeu. A declaração gerou reações imediatas da comunidade judaica e do governo israelense, que a consideraram "inaceitável" e "ofensiva".
Embora o pedido de impeachment tenha grande adesão, aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avaliam como remotas as chances de o processo seguir adiante. No entanto, a mobilização da oposição demonstra a insatisfação com o governo Lula e coloca em xeque sua capacidade de conduzir o país em um momento delicado no cenário internacional.
O pedido de impeachment contra Lula é um marco na história recente do país e coloca em debate a liberdade de expressão versus a responsabilidade de um chefe de Estado. A comparação com o Holocausto, além de ser um erro histórico grave, fere a sensibilidade de milhões de pessoas e compromete a imagem do Brasil no exterior.