O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou nesta quarta-feira, 27, que Lula (PT) estará diretamente envolvido na definição da política de preços e investimentos da Petrobras.
Em entrevista à CNN Brasil, Haddad enfatizou: "O presidente já reiterou inúmeras vezes que, considerando a importância estratégica da Petrobras, ele atuará como o principal responsável pela direção da empresa, visando um maior investimento em transformação ecológica. É uma prerrogativa do controlador promover essa orientação. O uso do petróleo está em declínio gradual e devemos nos adaptar a essa realidade."
Apesar das declarações do ministro, o chefe da equipe econômica do governo negou que essa ação represente uma intervenção na estatal.
"Não vejo isso como uma intervenção", ressaltou.
Recentemente, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, reconheceu a influência de Lula na empresa, preferindo chamá-la de "orientação".
"O mercado ficou ansioso aguardando dividendos cuja distribuição foi apenas adiada e reservada. Falar em 'intervenção na Petrobras' é tentar criar conflitos e especulações infundadas", declarou Prates em suas redes sociais.
Ele acrescentou: "É crucial entender que a Petrobras é uma empresa de capital misto sob controle do Estado brasileiro, cujo controle é exercido legitimamente pela maioria de seu Conselho de Administração. Isso não pode ser considerado uma intervenção!"
Prates reconheceu, por fim, a "orientação" de Lula: "É uma prerrogativa soberana dos representantes do controle da empresa. É legítimo que o Conselho de Administração seja orientado pelo Presidente da República e por seus ministros. Foi exatamente isso que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários."
A atuação de Lula na Petrobras teve um impacto significativo no valor de mercado da empresa este ano, refletido no balanço financeiro do quarto trimestre de 2023, que ficou 14% abaixo das projeções dos analistas.