Em entrevista à CNN Internacional, o presidente Lula cobrou comprometimento dos Estados Unidos com o Acordo de Paris, enfatizando a necessidade de Donald Trump, eleito presidente, em “pensar como um habitante do planeta Terra”. A crítica é pontual, mas ocorre em um contexto de extrema contradição, já que o Brasil enfrenta índices alarmantes de queimadas, especialmente na Amazônia, enquanto ações locais para reduzir o desmatamento parecem escassas.
Dados do Inpe revelam que, apenas em agosto, o país registrou mais de 68 mil focos de incêndio, marca recorde desde 2009, ultrapassada ainda em setembro. A gravidade da situação fica evidente com focos ativos em cinco dos seis biomas nacionais, apontando a dificuldade de contenção das queimadas. Enquanto a retórica ambiental brasileira é intensa no cenário internacional, o desmatamento e os incêndios locais indicam uma realidade menos comprometida.
A postura de Lula em relação ao Acordo de Paris destaca-se, mas a contradição entre discurso e ação gera dúvidas sobre a verdadeira eficácia ambiental de sua administração. A cobrança internacional contrasta com o cenário doméstico, sugerindo uma gestão mais retórica do que prática, enquanto a preservação do meio ambiente e a integridade dos biomas nacionais exigem soluções urgentes e efetivas.