O presidente Lula admitiu publicamente frustração com o novo adiamento do acordo entre Mercosul e União Europeia, empurrado para janeiro após resistência liderada pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Segundo ele, o bloco sul-americano já teria feito concessões suficientes ao longo de mais de duas décadas de negociações, sem obter contrapartidas equivalentes do lado europeu.
Durante a cúpula do Mercosul, Lula também direcionou críticas aos Estados Unidos, sem citar nominalmente o presidente Donald Trump. “O continente volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extra-regional”, afirmou, em referência às ações americanas no Caribe. O presidente acrescentou que “os limites do direito internacional estão sendo testados”, elevando o tom contra Washington.
Na mesma linha, Lula saiu em defesa do regime de Nicolás Maduro, ao classificar como “catástrofe humanitária” qualquer hipótese de intervenção armada na Venezuela. A fala ocorre em meio ao cerco naval dos EUA e reforça o alinhamento do governo brasileiro a ditaduras regionais. Apesar do histórico de entraves, Lula aposta que o acordo com a União Europeia possa finalmente ser assinado em janeiro, sob a presidência paraguaia do Mercosul.