O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recuou, nesta terça-feira (25), da nomeação de Guido Mantega para o cargo de presidente da Vale, a maior mineradora do Brasil. A decisão do chefe do Palácio do Planalto foi tomada após uma reação adversa significativa do mercado financeiro e de especialistas econômicos à possível indicação.
Mantega, que foi ministro da Fazenda do governo Lula entre 2003 e 2010, era visto como uma indicação ideológica e incompetente. O ex-ministro é um economista de esquerda com um histórico de políticas econômicas intervencionistas, que foram responsáveis por causar a crise econômica de 2008.
A notícia da retirada de Mantega foi recebida com otimismo pelo mercado, resultando em uma recuperação imediata das ações da Vale, que antes enfrentavam uma tendência de queda.
O recuo de Lula é um sinal de que o presidente está disposto a ouvir a opinião do mercado e do establishment. No entanto, a decisão também pode ser interpretada como uma derrota para o governo, que foi forçado a recuar diante da pressão externa.
A situação levanta questões sobre a dinâmica de poder e influência nas grandes corporações brasileiras. A Vale é uma empresa privada, mas o governo federal é um dos seus principais acionistas, por meio da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
A próxima reunião do Conselho da Vale, que deve ocorrer em breve, será crucial para o futuro da empresa. O conselho deve decidir se mantém Eduardo Bartolomeo na presidência ou se nomeia um novo executivo.