Luiz Inácio Lula da Silva resolveu posar de defensor da Ucrânia ao criticar o tratamento dado a Volodymyr Zelensky por líderes americanos. O mesmo Lula que, em 2022, afirmou que o próprio Zelensky era tão culpado quanto Putin pela invasão russa agora tenta pegar carona na indignação mundial. A encenação diplomática soa ainda mais absurda vindo de quem sempre protegeu regimes autoritários e se recusou a condenar ditaduras aliadas.
O presidente brasileiro já relativizou a agressão russa com frases como "quando um não quer, dois não brigam" e minimizou o genocídio na Ucrânia ao dizer que Zelensky deveria ter negociado mais. Enquanto desdenhava da tragédia ucraniana, Lula fazia vista grossa aos crimes do Hamas, do Hezbollah e de ditaduras sanguinárias como Venezuela e Irã. Sua súbita preocupação com a dignidade de Zelensky é puro teatro político.
O que Lula realmente busca é um papel no cenário internacional, ainda que seja às custas de distorções e incoerências. Enquanto os ucranianos enfrentam uma guerra brutal, o petista prefere a retórica dúbia e o alinhamento com regimes questionáveis. Sua suposta indignação com a cena na Casa Branca não passa de um gesto calculado, vindo de quem há muito perdeu qualquer credibilidade moral.