O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e Cidadania, intensifique a articulação com os evangélicos, que ainda avaliam negativamente o governo. Pesquisa recente do Datafolha mostra que 44% dos evangélicos consideram a gestão Lula ruim ou péssima. Almeida iniciou os esforços com uma palestra na Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo, discutindo direitos humanos e a ação das igrejas evangélicas. A expectativa é que essa movimentação aprofunde a interlocução com lideranças religiosas, reforçando o compromisso do governo com políticas públicas de respeito à liberdade religiosa.
No entanto, a recepção tem sido fria. Além de Almeida, outros membros do governo, como Márcio Macêdo e Alexandre Padilha, também tentam construir pontes com os evangélicos. Apesar disso, o histórico de forte apoio dos evangélicos ao governo anterior de Jair Bolsonaro (PL) cria um desafio adicional para Lula. A oposição ferrenha da bancada evangélica no Congresso, especialmente em temas polêmicos como o PL antiaborto e a legalização de cassinos e bingos, evidencia a dificuldade do atual governo em ganhar apoio significativo desse grupo. As tentativas de aproximação, até agora, não parecem suficientes para mudar a percepção negativa entre os evangélicos.