O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, defenderam nesta quarta-feira (31) medidas brandas para pequenos crimes e duras para o crime organizado.
Em evento no Palácio do Planalto, Lula afirmou que o governo quer "humanizar o combate ao pequeno crime". "A gente quer ver se a gente consegue humanizar o combate ao pequeno crime, as pessoas mais humildes", disse.
Já Dino, que assumirá a cadeira deixada por Luiz Fux no STF em fevereiro, comentou sobre a população carcerária no país. "A gente tem que pensar em medidas alternativas para os pequenos crimes, para os crimes de menor potencial ofensivo", afirmou.
A abordagem defendida por Lula e Dino foi criticada por conservadores. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que a proposta do presidente é "absurda". "Humanizar o combate ao pequeno crime? Isso é um absurdo. A gente tem que prender ladrão, vagabundo e bandido", disse.
O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) também criticou a proposta. "O crime organizado é um problema gravíssimo, mas o pequeno crime também é um problema. A gente não pode tratar os dois como se fossem a mesma coisa", disse.
A abordagem defendida por Lula e Dino também é criticada por defensores da segurança pública. O presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, afirmou que a proposta é "populista". "Não adianta humanizar o combate ao pequeno crime se a gente não endurecer o combate ao crime organizado", disse.
A proposta de Lula e Dino é mais uma amostra da ideologia de esquerda que norteia o governo federal. O PT é um partido que defende uma visão mais leniente com o crime, especialmente com os crimes cometidos por pessoas pobres e marginalizadas.
A abordagem do governo é também uma crítica ao governo anterior, de Jair Bolsonaro. O ex-presidente era um defensor da lei e da ordem e defendia uma postura mais dura com o crime.
O futuro governo Lula deverá enfrentar um desafio para conciliar as diferentes visões sobre o combate ao crime. A proposta de humanizar o combate ao pequeno crime é uma tentativa de atender às demandas de grupos progressistas, mas é uma medida que pode ser criticada por conservadores e defensores da segurança pública.