O governo federal lançou campanha publicitária exaltando a “maior operação da história” contra o crime organizado, mas omitiu a participação crucial de governos estaduais, em especial de São Paulo.
O Ministério Público paulista foi peça central na investigação que resultou na prisão de 350 membros do PCC, organização que movimentou R$ 50 bilhões e praticou sonegação de R$ 7,6 bilhões.
Apesar da narrativa oficial, a própria Receita Federal reconheceu que o êxito da ação só foi possível graças à “cooperação institucional” com os estados. O vídeo divulgado pelo Planalto, no entanto, reduziu o papel estadual a mero detalhe, distorcendo os fatos para engrandecer a União.
O caso expõe mais do que manipulação: revela propaganda eleitoral antecipada bancada com dinheiro público. Ao tentar roubar crédito alheio, o governo ignora o esforço das instituições estaduais e transforma uma vitória coletiva contra o crime organizado em peça de autopromoção.