Lula convocou oito ministros que já foram governadores Alckmin, Rui Costa, Renan Filho, Camilo Santana, Wellington Dias, Waldez Góes, Lewandowski e Haddad — para fazer pressão direta pela aprovação da PEC da Segurança, parada há sete meses no Congresso. A orientação do presidente foi clara: usar a experiência política acumulada nos estados para “sensibilizar o Congresso” e acelerar a tramitação do pacote que amplia a atuação federal na segurança.
O governo tenta aprovar a PEC em conjunto com o PL Antifacção, votado em 18 de novembro, criando um casamento legislativo artificial para ampliar o alcance da Polícia Federal nos estados. Gleisi demonstrou incômodo com a retirada do perdimento extraordinário e de mudanças nos recursos da PF pontos que Derrite já havia cedido enquanto admite que o Planalto terá de se “adequar” à pauta definida por Hugo Motta, sinal evidente de derrota na negociação.
A PEC nasceu sob divergências desde sua entrega por Lula e Lewandowski. Governadores resistem ao avanço de Brasília sobre competências estaduais, enquanto parlamentares como Mendonça Filho resumem a crítica central: “Não concebo combater crime organizado a partir de Brasília”. Mesmo assim, Lula mobiliza ex-governadores para defender uma centralização que muitos deles rejeitariam quando estavam no comando de seus próprios estados.