Nos dois primeiros anos do atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o índice de negativas a solicitações realizadas via Lei de Acesso à Informação (LAI) ultrapassou os números registrados no mesmo período do governo Bolsonaro. Entre 2023 e 2024, 7,9% dos pedidos foram recusados, enquanto na gestão anterior o percentual era de 7,7%. Em 2024, as negativas chegaram a 8,2%, evidenciando um aumento que contradiz o discurso de transparência defendido por Lula durante sua campanha eleitoral.
A Controladoria Geral da União (CGU) atribuiu o crescimento à natureza dos pedidos, como as informações sobre boletins de desempenho do Enem, alegando questões de privacidade. No entanto, tais explicações pouco convencem frente às promessas de “resgatar” a LAI, feitas pelo presidente ao acusar seus antecessores de “estupro” da lei. A discrepância entre palavras e ações reforça a percepção de um governo avesso à clareza administrativa.
Enquanto a gestão atual rejeita dados sensíveis sob a justificativa de proteção, ignora a essência da LAI: permitir o acesso público à informação. Lula, que criticava Bolsonaro por suposta falta de transparência, agora vê sua administração sendo marcada por números ainda piores, revelando a falácia de sua retórica eleitoral e gerando descrédito em sua promessa de mudança.
