Lula premia advogada de aliada com vaga no STM

Nomeação levanta suspeitas de favorecimento político enquanto governo perde figuras femininas

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Lula premia advogada de aliada com vaga no STM
 Foto: Ricardo Stuckert/PR

No Dia Internacional da Mulher, Lula anunciou a indicação de Verônica Abdalla Sterman para o Superior Tribunal Militar (STM). O gesto, vendido como avanço na representatividade feminina, esconde o verdadeiro critério da escolha: Sterman é advogada pessoal de Gleisi Hoffmann, recém-nomeada para a Secretaria de Relações Institucionais. Se confirmada, ela se juntará à ministra Maria Elizabeth Rocha, também nomeada por Lula, consolidando uma Corte moldada por apadrinhamentos políticos.

O governo tenta mascarar a crise de sua gestão com anúncios simbólicos, enquanto mulheres em cargos estratégicos são descartadas sem cerimônia. Desde o início do mandato, três ministras e a presidente da Caixa Econômica Federal deixaram seus postos, vítimas de articulações internas e disputas de poder. A mais recente baixa é Nísia Trindade, substituída no Ministério da Saúde após pressão dentro do próprio governo.

A nomeação de Sterman também expõe a contradição do discurso oficial. Apesar de pregar diversidade, Lula preferiu indicar dois homens para o STF e cedeu ministérios a aliados do centrão, ignorando qualquer compromisso real com representatividade. O discurso fica bonito nas manchetes, mas na prática, o governo mostra que o critério para ascensão continua sendo a fidelidade ao projeto político e não a competência.