Diante das duras tarifas impostas por Donald Trump, Lula decidiu recorrer ao Brics em busca de respaldo político. Em entrevista à Reuters, prometeu articular uma resposta conjunta com Índia e China.
“Não há coordenação entre o Brics ainda, mas vai haver”, declarou. No entanto, enquanto o Brasil insiste em discurso multilateral, os gigantes asiáticos seguem negociando diretamente com os Estados Unidos, sem disposição para confrontos em bloco.
A tentativa de Lula de liderar uma resposta antiamericana contrasta com o pragmatismo dos parceiros. A China solta notas protocolares e a Índia sequer se manifesta. O petista, por sua vez, rechaça qualquer diálogo com Trump: “Não vou me humilhar”, afirmou, optando por uma retórica que pouco ajuda os setores produtivos brasileiros.
Retaliação americana também tem pano de fundo político: além da aproximação com Bolsonaro, Trump reage à postura ideológica de Lula no Brics e sua defesa da desdolarização, um sinal claro de resistência à hegemonia americana.