O governo segue preso ao seu círculo fechado de aliados. A primeira-dama Janja comemorou a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, cargo estratégico para o controle de emendas e articulação com o Congresso. A substituição de Alexandre Padilha, que retorna ao Ministério da Saúde, reforça o domínio do partido sobre os principais espaços de poder, ignorando qualquer sinal de renovação ou competência técnica.
Janja exaltou a atuação de Gleisi durante a prisão de Lula na Operação Lava Jato e destacou sua "competência extraordinária", ignorando o histórico controverso da nova ministra. A movimentação ocorre no contexto de uma reforma ministerial que também leva Padilha ao Ministério da Saúde, após a saída de Nísia Trindade, pressionada pela falta de vacinas e pelo avanço da dengue. A troca, no entanto, não promete soluções concretas, apenas um rearranjo de peças no tabuleiro petista.
A nomeação de Gleisi escancara a falta de alternativas dentro do governo, que insiste em manter o controle nas mesmas mãos de sempre. Com um histórico de embates e resistência ao diálogo, a nova ministra deve enfrentar dificuldades para garantir apoio no Congresso. Enquanto isso, a população segue aguardando respostas para os reais problemas do país, que continuam sendo deixados de lado em meio ao jogo político de conveniências.