O presidente Lula desperdiçou uma rara oportunidade de consolidar alianças ao entregar a Secretaria de Relações Institucionais a Gleisi Hoffmann, mantendo o ministério da Saúde sob controle petista. A decisão, duramente criticada nos bastidores, foi vista como um movimento de fortalecimento da ala mais radical do governo, em detrimento do Centrão, que esperava uma maior participação nos postos-chave da Esplanada.
Líderes do Centrão manifestaram frustração, pois havia expectativas de que Arthur Lira assumisse a Saúde e que nomes do Republicanos ou MDB fossem contemplados na articulação política. No entanto, Lula optou por dobrar a aposta no PT, gerando desgaste com parlamentares que garantiram sua governabilidade até aqui. Um influente congressista alertou que a manobra pode isolar ainda mais o governo no Congresso, dificultando a aprovação de projetos e aumentando a instabilidade política.
Nos bastidores, aliados justificam a escolha de Gleisi como uma estratégia para manter o controle absoluto das negociações e evitar surpresas. No entanto, o gesto também evidencia a crescente desconfiança do governo em relação aos antigos aliados. A indignação nos corredores do Congresso indica que a fatura da decisão virá em forma de dificuldades legislativas, ameaçando uma gestão que já enfrenta crises econômicas e políticas.
