Nesta segunda-feira, 4 de março de 2024, um ato controverso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suscitou debates acalorados em todo o Brasil. Em um gesto que muitos interpretam como um apoio tácito a organizações terroristas, como o Hamas, Lula foi visto segurando a bandeira da Palestina. Tal ação ocorreu durante a cerimônia de abertura da 4ª Conferência Nacional de Cultura, em Brasília, um evento marcado pela presença de Antônio Marinho, poeta pernambucano, que ofereceu a bandeira ao Lula no término de sua performance poética.
O evento, embora cultural por natureza, rapidamente transformou-se em palco de um ato político profundamente divisivo. A entrega da bandeira palestina ao presidente Lula por Marinho, seguida de elogios de seus asseclas à sua postura diante do conflito na Faixa de Gaza, reacendeu discussões sobre a postura brasileira no cenário geopolítico internacional. Enquanto o presidente condena as operações militares de Israel, classificando-as como genocídio, críticos questionam a sabedoria de endossar implicitamente grupos associados a atos de violência e terrorismo.
Este episódio sublinha uma divisão ideológica marcante no Brasil, com a esquerda política frequentemente encontrando-se em desacordo com valores conservadores e cristãos, que priorizam a segurança e a estabilidade global. A atitude do presidente, ao abraçar um símbolo tão carregado de significados e implicações internacionais, é vista por muitos como uma afirmação problemática que pode comprometer não apenas a imagem do Brasil no exterior, mas também a sua segurança interna.
Na íntegra da fala de Marinho:
“Se é Luiz de Lindu que tá falando; se é o cabra nascido em Caetés; se é o que tendo só 9 é nota 10; se é o que nosso país está salvando sem aquele que vive confirmando a bravura do sangue nordestino e pediu pelo povo palestino, pela paz, pelo fim do genocídio; eu nem leio os ditames do deicídio, eu só quero saber onde eu assino: viva o povo palestino! Livre e soberano! Abaixo genocídio! Viva a paz e o amor! Viva Luiz Inácio Lula da Silva.”
Ao encerrar sua apresentação no evento, organizado pelo Ministério da Cultura, Marinho exibiu a bandeira da Palestina e a levou a Lula. Os 2 e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, posaram para fotos com a bandeira.
Desde o início do conflito, em outubro de 2023, Lula tem elevado as críticas ao governo de Benjamin Netanyahu. Em viagem à Etiópia, o petista comparou a operação militar de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus realizado por Adolf Hitler na Alemanha nazista. Depois de ter sido duramente criticado, modulou o discurso, mas manteve as críticas.
Durante seu discurso no evento, Lula afirmou que “o tempo vai provar” que ele está certo na defesa que faz do povo palestino. “Como eu sou um cara católico e creio em Deus eu acho que Deus escreve certo por linhas tortas, com o tempo a gente vai provar que eu estava certo, eu estava certo, o povo palestino tem o direito de viver, de criar o seu país, você não pode fazer o que foi feito anunciar comida e mandar torpedo, mandar bala e morte para aquelas pessoas. Até quando a gente vai ter medo, até quando a gente vai se curvar?”, disse.