Sob o pretexto de abrigar líderes na COP30, o governo federal decidiu gastar R$ 200 milhões da usina de Itaipu na construção de um hotel cinco estrelas em Belém cidade onde boa parte da população vive sem saneamento básico. O investimento, promovido como “socioambiental” pela primeira-dama Janja, escapa da fiscalização do TCU graças a uma brecha jurídica chancelada pelo STF.
A usina, hoje transformada em cofre político, opera fora do alcance de qualquer controle efetivo. O Supremo, sempre criativo ao interpretar a Constituição, isentou Itaipu da obrigação de prestar contas, confiando em um comitê Brasil/Paraguai que nunca saiu do papel. Resultado: contratos bilionários seguem tramitando no escuro, longe dos olhos da sociedade.
No papel, Itaipu deveria investir em energia e infraestrutura. Na prática, financia luxo para chefes de Estado enquanto brasileiros seguem sem água tratada. Essa é a nova política ambiental: gastar energia com o conforto alheio, e não com quem realmente precisa dela.